A Obsessão Suicida do Brasil: Por Que a Ideia de Substituir o Dólar é um Tiro no Pé da Nossa Economia
Em um ato que desafia a lógica econômica e a prudência diplomática, o governo brasileiro, em pleno julho de 2025, insiste em ressuscitar uma das ideias mais delirantes e perigosas da sua cartilha: a criação de uma moeda internacional para substituir o dólar americano.
Cristian Ianowich
7/9/20254 min read


Em um ato que desafia a lógica econômica e a prudência diplomática, o governo brasileiro, em pleno julho de 2025, insiste em ressuscitar uma das ideias mais delirantes e perigosas da sua cartilha: a criação de uma moeda internacional para substituir o dólar americano. Em recentes declarações durante a Cúpula do BRICS, o presidente Lula voltou a defender esse "caminho sem volta", tratando uma fantasia complexa e arriscada como se fosse uma solução mágica para os problemas do mundo.
Vamos ser diretos e claros, como as finanças exigem: essa atitude não é apenas ingênua, é profundamente imbecil. Trata-se de uma pirotecnia ideológica que ignora as realidades mais básicas do sistema financeiro global e que, de quebra, nos coloca em rota de colisão direta com nosso parceiro comercial mais relevante, os Estados Unidos da América.
A Realidade Inconveniente: Por Que o Dólar é o Rei (e Continuará Sendo)
Qualquer especialista sério em finanças sabe que a hegemonia do dólar não é um capricho ou uma conspiração. É o resultado de décadas de estabilidade, confiança e uma infraestrutura econômica inigualável. Tentar desafiar isso sem um plano minimamente coerente é como tentar derrubar um arranha-céu com um palito de dentes.
Confiança e Estabilidade: O dólar é sustentado pela maior economia do mundo, por um sistema jurídico (relativamente) estável e por instituições sólidas. Investidores globais, empresas e bancos centrais confiam no dólar como reserva de valor. Qual seria a garantia de uma "moeda do BRICS", um bloco heterogêneo que inclui economias instáveis, regimes autoritários e rivais históricos como China e Índia?
Liquidez Absoluta: Mais de 80% das transações de comércio exterior no mundo são feitas em dólar. O mercado de títulos do tesouro americano é o mais profundo e líquido do planeta, servindo como porto seguro em tempos de crise. Uma nova moeda levaria décadas, talvez séculos, para construir um décimo dessa liquidez.
Padrão Global: O petróleo, o ouro, a soja e quase todas as commodities globais são cotadas em dólar. Desvincular a economia mundial dessa realidade não é uma questão de vontade política, mas uma tarefa de complexidade hercúlea que ninguém, nem mesmo a China, está genuinamente disposto a encarar de frente no curto prazo.


O "Surreal": Analisando a Proposta Brasileira e Sua Total Falta de Viabilidade
A proposta de uma moeda comum, seja no âmbito do Mercosul (ideia já ridicularizada por economistas no passado) ou do BRICS, esbarra em obstáculos intransponíveis que o governo brasileiro parece ignorar propositalmente.
Quem Comanda? Para uma moeda existir, precisa haver um Banco Central único e uma política fiscal unificada. Quem mandaria nessa nova moeda? O Banco Central da China, com seus interesses expansionistas? O da Rússia, sob sanções internacionais? O da Índia, rival da China? O do Brasil, com seu histórico de instabilidade? A ideia é tão absurda que nem mesmo dentro do BRICS há consenso. A própria Rússia já classificou a ideia como "prematura", e a Índia teme que tudo se torne um instrumento da diplomacia chinesa.
Falta de Fundamentos: Como apontam economistas de renome – de Olivier Blanchard (ex-FMI), que chamou a ideia de "insana", a Maílson da Nóbrega – o Brasil não tem as condições mínimas para sequer iniciar essa discussão. Com problemas fiscais crônicos e uma economia volátil, se atrelar a países ainda mais instáveis ou com agendas políticas conflitantes seria um suicídio econômico.
A Relação com os EUA: Como o Brasil Consegue Hostilizar seu Maior Parceiro de Forma Gratuita
Se no campo econômico a ideia é um desastre anunciado, no campo diplomático ela é uma provocação deliberada e estúpida. Em um momento em que o Brasil precisa desesperadamente de investimentos e credibilidade, o governo escolhe confrontar abertamente os Estados Unidos.
As declarações de Lula na Cúpula do BRICS foram uma afronta direta. Questionar "em que fórum foi determinado que o dólar é a moeda padrão?" não é um questionamento filosófico; é um ataque à ordem financeira que garante a estabilidade global.
A resposta americana já está vindo em forma de ameaças de tarifas por parte de figuras políticas influentes como Donald Trump, que prometeu taxar em 10% ou mais os países alinhados a "políticas antiamericanas" do BRICS. Ignorar esses avisos, como o governo brasileiro afirma fazer, não é um ato de soberania, mas de arrogância que pode custar caro. O Brasil arrisca:
Perda de Investimentos: Investidores americanos e de outros países ocidentais pensarão duas vezes antes de colocar seu dinheiro em um país que ativamente trabalha para desestabilizar o sistema do qual eles dependem.
Isolamento Diplomático: Ao se alinhar com o discurso de nações como Rússia e China, o Brasil se afasta de seus parceiros democráticos tradicionais na Europa e na América do Norte.
Retaliações Comerciais: As ameaças de tarifas podem se concretizar, prejudicando brutalmente o agronegócio e a indústria brasileira que exportam para os EUA.
Conclusão: Hora de Acordar – O Custo da Pirotecnia Ideológica para o Bolso do Brasileiro
A insistência do governo brasileiro em defender a substituição do dólar é a mais pura manifestação de uma política externa movida por ideologia barata e descolada da realidade. É um amadorismo diplomático que nos envergonha e, pior, que ameaça diretamente a nossa economia e o nosso futuro.
Enquanto o brasileiro comum luta contra a inflação, os juros altos e a incerteza, nossos governantes perdem tempo e capital político com fantasias perigosas. Em vez de buscar soluções para os problemas reais do país – como aprovar reformas estruturais e garantir um ambiente de negócios seguro –, preferem comprar brigas inúteis e hostilizar quem mais importa.
Essa atitude não é apenas imbecil; é irresponsável. O Brasil precisa, urgentemente, abandonar esses delírios de grandeza e focar em uma política externa pragmática, que gere empregos, atraia investimentos e garanta a prosperidade de sua população, em vez de afundá-la em crises desnecessárias.
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